domingo, 1 de dezembro de 2019

ADAPTANDO ESPECTROS DO RPG PARA O LIVRO

por Eddie Van Feu

Hoje estou enviando o capítulo 4 de Leemyar. O capítulo de hoje é curtinho e é o que eu chamo de capítulo de ligação. Basicamente, ele faz um elo entre a ação do capítulo anterior e a ação do próximo. É um momento para os personagens lidarem com o que aconteceu, pensarem, falarem... Se você quiser receber os capítulos do meu livro inédito Ventos da Guerra, quarto volume de Crônicas de Leemyar, é só se inscrever no Círculo de Fantasia, que eu mando toda semana por email, junto com os desafios que tive para escrever aquele capítulo: www.circulodefantasia.com

Agora, uma curiosidade: caso você jogue RPG, vai compreender um pouco mais. Se você nunca ouviu falar, RPG é um jogo de interpretação, uma espécie de teatro com regras, onde a gente usa predominantemente o plano mental para construir uma história e um universo. 

Nós, jogando RPG com o Renato Rodrigues mestrando. Provavelmente essa perna aí é minha, pois eu que tirei a foto. No meio, poderosa como sempre, minha sempre amada Billy Jean.

Um dos grandes desafios de Leemyar e Dragões de Titânia é adaptar o que foi jogo para uma história. Jogo é jogo. A gente senta com os amigos, interpreta personagens e segue as regras e os dados. É divertido, mas às vezes a história não faz sentido. Uma coisa que tinha no jogo era um tipo de criatura, chamado espectro, que quando tocava em você tirava nível. Basicamente, você retrocedia. Deixava de fazer coisas que levou vários jogos para aprender. A vida ficava mais difícil. Era como se de repente você desaprendesse a ler, ou a dirigir. E tinha que começar do zero. Era um ser que a gente se pelava de medo, porque era difícil pra caramba subir de nível.



 Dirk foi um personagem que frequentemente esbarrou com essas criaturas e estava sempre retrocedendo. O caso dele foi resolvido com uma vingança do Algol que tirou seus poderes adquiridos com estudo e treino. Nesse capítulo, esses fantasmas que atacaram no capítulo três eram os tais espectros e eu me perguntei como traduzi-los para a história. E pensei nas memórias. 



São elas que definem o que somos, o que fazemos e nossas decisões. Uma curiosidade é que Vanna, no jogo, nunca perdeu nível, mas perdeu memória ao levar um golpe de machado na cabeça de Algol, enquanto fugiam de sei lá o que. Eu tenho motivos para não lembrar porque eu não estava nesse jogo, mas o mestre e outra jogadora a usaram e me devolveram a coitada sem memória do que tinha acontecido até ali. Ela tinha ganho dinheiro também, mas eles não acharam justo eu receber por algo que eu não joguei... Vai entender...

Vanna, numa arte que recebemos de um leitor da Olha A Frente!

Eu reclamei, mas no final ficou por isso mesmo. Vanna esqueceu da família e das aventuras anteriores, que não eram muitas. A informação mais importante na trama que ela perdeu foi seus sentimentos por Dirk, justamente quando ele estava começando a se aproximar dela. No livro, eu resumi essa perda de memória, que nunca teve grandes consequências no jogo, a esse encontro com esses fantasmas. Ela esqueceu um desafeto da adolescência. E eu tive alguns! Um deles, fico feliz de não lembrar nem da cara! Rsrsrsrs
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