domingo, 17 de julho de 2016

RESENHA de Dany Fernandez para "Dragões de Titânia – A Maldição dos Templos"


A Maldição dos Templos é o quarto livro da série Dragões de Titânia (uma das minhas séries favoritas por sinal), e traz uma pegada mais pesada que os livros anteriores. Um fedor de conspiração ultra maligno atacou o meu nariz assim que me pus a ler esse livro.

O povo da Pensão da Adria está de volta, mais quizumbeiro, atrapalhado e azarado do que nunca. Depois dos acontecimentos do livro 3, e do sonho misturado com viagem no tempo, o mago Khosta está cabreiro, pensando em como evitar aquela lambança toda que está por vir. Ou que ele acredita estar por vir.

Enquanto isso, no respeitável senado de Titânia, os astutos senadores confabulam contra os heróis da cidade, distorcendo suas atitudes e levantando a hipótese absurda de que são os Dragões de Titânia o verdadeiro perigo para o império ― Nesse exato momento do livro ergui minha sobrancelha. Hunhum, sei. Senta lá Claudia que tem caroço nesse angu ― Como se todos aqueles babacas de toga estivessem fazendo algo de útil.

Enquanto isso, acredite se quiser, uma praga está se espalhando pelas fazendas e vilas ao redor de Titânia, apodrecendo a terra, comendo gente e cortando o fluxo de alimentos para a capital do mundo.

Como se não bastassem seus próprios problemas, O grupo de amigos passa a sofrer misteriosamente diversos tipos de perseguição, desde aumento de impostos sobre a Pensão da Adria, até acusação por crimes que não cometeram.

A coisa chega num ponto insuportável em que os Dragões precisarão se dividir mais uma vez para resolver a bagunça desse volume.

Para quem já vem acompanhando a série, algumas surpresas especiais e muito bem humoradas estão recheando o livro. Destaque também para o desenvolvimento do que eu chamo de “núcleo teen” da pensão da Adria: Chester, Cristal Negro, Bronko e Allene. Os adolescentes da família, passam por poucas e boas para realizar a missão que lhes foi designada quando os adultos tiveram que sair para salvar o mundo e seus próprios traseiros.

Os holofotes dessa vez caíram sobre Shokozug, que passa por experiências assombrosas (não é a toa que é ele quem ilustra a capa desse volume). Se a palavra “assombrosa” te lembrou assombração, posso lhe dizer que está no caminho certo.

Shokozug costumava ser meu guerreiro favorito até eu perceber que a mulherada o apreciava. Nem sei o motivo dessa babação toda em cima dele. Só porque o Shoko é um guerreiro lindo, alto, de madeixas longas e branquinhas, mal encarado, paranoico, misterioso e caladão? Tisc. Ainda um pouco a contra gosto, admito fazer parte do fã clube das shokozuguetes.

Foi simplesmente incrível conferir mais uma vez o talento que Renato Rodrigues tem para coordenar tantos grupos de personagens ao mesmo tempo, em cenários diferentes e ações distintas. Cada vez que leio um novo volume dessa série meu queixo cai e me pergunto que bruxaria esse cara domina, para manter tantos personagens com suas próprias vozes e personalidades. É um mistério que permanecerá oculto na cachola desse escritor, disso eu tenho certeza.

Uma coisa que senti falta, é que nesse livro não surgiu nenhuma arma mágica nova. Fiquei chupando dedo, aguardando o surgimento de, sei lá, uma corda inteligente, braceletes super incríveis iguais aos da Mulher Maravilha, alguma coisa assim.
O livro todo traz um climão tenso, permeado por ótimas tiradas de humor, que aliás, é o forte da série. O mundo está acabando em Titânia, mas sempre haverá um motivo para rir, e esse é com certeza, um dos motivos para eu aguardar ansiosa por cada novo volume.

O desfecho desse livro foi bem, hun... inesperado. Nem nas minhas mais loucas teorias conspiratórias e devaneios demoníacos eu pensaria em algo assim. E por falar em demônio, guarde bem o nome Balzul.

Leitura mega recomendadíssima para quem já leu os outros livros da série, para que não conhece os Dragões de Titânia e para quem está a fim de ler um livro de fantasia com personagens humanos e hilários.

Chegou agora e não entendeu lhufas?
Relaxa e confira as resenhas anteriores do BARATO LITERÁRIO!